E o que é a vida? Um minuto a mais ou um minuto a menos?

Posts marcados ‘nome’

Nomenclaturas


Ano novo, blog novo. Com muita satisfação  informo que o Propagando será abandonado para dar espaço a este blog aqui. Cansei de reclamar do servidor da Abril. Mudei o lugar e o nome. Parar de reclamar e mudar, resoluções do ano novo. E do blog novo. Informo também que o minutoAmais continua funcionando. Mantenho sempre dois blogs. Um para postar besteiras. O outro, para postar bobagens.

Enfim, peço que percam um minuto com a leitura do meu primeiro post:

Contam-me que, na hora que nasci, escorreguei das mãos do médico e quase fui parar no chão. Nervoso, o doutor sentou para se acalmar ainda me segurando e, antes mesmo de anunciar o sexo, deu-me um nome. “Nasceu Maria da Conceição”, declarou. Era 8 de dezembro, dia da santa. Pronto, estava decidido o meu nome.

Chegando em casa, tia Flor, que tinha o mesmo nome da santa, impediu a decisão. Preferia o apelido ao nome de batismo. Não sei se foi ela quem sugeriu que eu tivesse o nome de outra tia, mas alguém citou Sílvia, nome da minha madrinha, e minha mãe achou que era homenagem demais pra uma pessoa só, então, continuaram a seleção. Minha tia-avó percebeu que entre as sugestões de nomes de tia, ninguém tinha sugerido minha tia Antônia Iara. Por fim, todos acharam boa ideia. Mas, caridosa como tia Flor, ela pediu que o primeiro nome fosse retirado, ficando somente este nome de 4 letrinhas e uma só consoante que tanto amo: I-A-R-A.

O significado mais comum do meu nome é este aqui:

Iara: Origem: Tupi. Variante: Yara. Senhora d’água, mãe d’água. Iara é a beleza tentadora das águas.

E a história da figura mitológica é esta:

Iara antes de ser sereia era uma índia guerreira. A melhor de sua tribo. Seus irmãos ficaram com inveja de Iara, pois só ela recebia elogios de seu pai, que era pajé. Um dia eles resolveram matá-la. De noite, quando Iara estava dormindo seus irmãos entraram em sua cabana, só que ela tinha a audição aguçada e ouviu a conversa. Ela teve que matá-los para se defender e, com medo de seu pai, fugiu. Seu pai propôs uma busca por Iara, até que conseguiram pegá-la. Como punição Iara foi jogada bem no encontro do rio Negro com Solimões. Os peixes a trouxeram à superfície e a lua cheia transformou-a em uma linda sereia, de longos cabelos e olhos verdes. (Wikipédia)

Além de todas as histórias e palpites por trás do meu primeiro nome, meu nome completo também tem muitos significados. Segundo a numerologia que fizeram, era preciso tirar ou acrescentar uma letra, para dar sorte. Decidiram, então, colocar um “e” entre meus sobrenomes.

A origem do meu nome sempre me interessou. Mas, recentemente, percebi que nunca tinha procurado saber o motivo da minha tia se chamar Iara. Procurei a dona do nome e fui saber da história. Contou-me que ganhou esse nome por sugestão de “tio Dó”, meu tio-avô. Era o nome de sua namorada na época. Ele achou que só Antônia – resultado de uma promessa a Santo Antônio – ficaria feio para uma moça.

Enfim, todo nome tem uma história por trás. E os apelidos também. Recentemente tentei entender por que as pessoas gostam tanto de me pôr alcunhas, a começar por “iarinha” que me deram junto com o nome de batismo para não ser confundida com a xará, “iarão”. No entanto, não alcancei a nenhuma conclusão aceitável. Cheguei até a fazer uma lista desses apelidos para não esquecer, afinal, possuem muitos detalhes. Além de renderem boas risadas, claro.

Segue a relação que fiz:

Cuscuz – Nem esperaram que eu saísse das fraldas e já me deram esse porque eu suava muito, “que nem cuscuz”. Variações: Maria Cuscuz e Cusculina. E são usados até hoje.

Coli-Coli – Tão antigo quanto “Cuscuz”, se deu por conta do som que eu emitia para mamar.

Iaiá – Ganhei já maiorzinha, minhas primas e minhas tias por parte de mãe me chamam assim. Ah, e também as crianças, antes de aprenderem falar meu nome.

Lali – Não sei quando começou, mas lembro de muito tempo que tio Leonel e mais algumas pessoas também me chamam assim.

Yuri – Este foi traumatizante. Eu fui a criança mais piolhenta que conheci. Para facilitar a vida, meus pais resolveram fazer o famoso “Joãozinho” no meu cabelo. Meus amigos e colegas de infância me deram esse apelido fofo para me chamar de menino. A pirraça só parou quando a mãe da minha amiga, também cansada dos piolhos, fez o mesmo corte no cabelo dela. E, como meu cabelo já estava maiorzinho, arrumamos outro “menino” para zoar.

Muriçoca – Apelido inventado por minha vó porque sou magricela. Até hoje ela me chama assim. Troca o nome, mas o apelido não esquece nunca.

Rola – Não é nada disso que vocês estão pensando!! Todo mudo já pensa besteira quando ouve este apelido e eu tenho que dar boas explicações. Pois bem, vocês conhecem o Rolo da Turma da Mônica? Pois é, uma amiga conseguiu colocar o cabelo em volta da cabeça que ficou igual ao personagem. Prontamente, gritei: “olha a Rola”. Os presentes fizeram silêncio, arregalaram os olhos e depois, bem depois, caíram na gargalhada. Tentei explicar a piada, mas no local ninguém conhecia o Rolo. Bem, ainda assim, o apelido não era meu, era da Rola. Mas – sempre tem um porém – Comecei a fazer Handball e todo mundo tinha um apelido, menos eu. Advinha qual escolheram para mim? Já passei muita saia justa por causa deste apelido, já ganhei um bolo de aniversário e presentes no formato daquilo que vocês pensaram ao iniciar o parágrafo. E por ser tão exótico sempre dou boas gargalhadas e terei esta história para contar pelo resto da vida.

Perteleza – Ganhei logo quando casei, é muito carinhoso. Surgiu numa história que começa com Peste e termina com Lerdeza.

Iarita – Uma colega de trabalho inventou e os outros aderiram.

Acho que é só isso. Agora, queridos leitores, vocês poderiam ser solidários ao meu gesto e contar a história de algum apelido que já ganharam nesta vida. Aceitam?